domingo, 3 de março de 2019

Diferenças entre o ENEM e FUVEST| Quem vai fazer o vestibular saiba que o conteúdo não é o mesmo

Por Patrícia Kelly em 21:56

Já comentei em algumas postagens  que o ENEM deve adquirir um novo formato, e isso me preocupa muito porque este novo formato pode ser responsável pelo aumento da desigualdade entre classes, não é segredo que o vestibular FUVEST excluiu as pessoas que mais precisavam das escolas públicas brasileiras.

Sobre uma ótica que eu penso ser a ideal, vejo o ENEM como uma oportunidade para pessoas de todas as classes e talvez pessoas que não tem o mesmo perfil que podemos chamar de acadêmico ou de profundos conhecedores da língua, literatura e ciências, vivemos em um tempo de muitas mudanças, o Projeto Pedagógico das escolas públicas do estado de São Paulo carrega no seu DNA o Construtivismo que nos diz muito sobre a aprendizagem cultural e sobre a presença dos meios de comunicação como essenciais para a formação dos brasileiros.

O essencial é necessário ser aprendido independente da classe social ou da carreira que deseja seguir , de fato é necessário saber ler e escrever, se expressar de maneira clara, saber mais sobre as evoluções tecnológicas, da ciência e saúde também é uma maneira de se conectar com o mundo e assumir uma postura de Cidadãos Planetário.


Um Currículo Único Solução para o Problema

Junto as alterações do exame ENEM e FUVEST, ouvi dizer sobre o Currículo Único para todas as escolas, separado por áreas, uma excelente ideia que poderia deixar o Ensino Médio igual para todas as escolas sejam elas públicas, particulares ou de ensino profissionalizante.

Mesmo com o anúncio do Currículo Único, passou pela minha cabeça então todos vamos aprender a mesma coisa e depois fazer a prova, talvez de certo, mas a aprendizagem é ampla, existe muitas coisas para serem aprendidas, e a FUVEST e o ENEM como exames iguais nunca será igual, mas não sabia por onde começar este diálogo sobre a diferença entre FUVEST e ENEM.

Ai estava conversando com um amigo que me falou sobre um clássico da Literatura Brasileira, e foi como um relâmpago eu me lembrei de uma diferença entre os alunos que prestam Vestibular FUVEST e ENEM,  ao menos na década de 90 (noventa) até 2001 (dois mil e um) mais ou menos o Vestibular FUVEST exigia que muitos livros fossem lidos para o exame de Língua Portuguesa, eu até gostaria de ler todos os livros da lista mas acabei lendo apenas um que foi para um trabalho de Língua Portuguesa, e li outro por curiosidade também, mas a lista era de 10 (dez) ou 12 (doze) livros .


Literatura Língua Portuguesa ENEM e FUVEST

Os livros que tem que ser lidos para quem vai prestar a FUVEST são na maioria livros de Literatura Brasileira, no ENEM não existe questões sobre Literatura Brasileira, talvez seria o momento de começar a decidir pelo menos um livro sobre Literatura Brasileira eleito para responder as questões do ENEM, mas ai tinha que avisar antes todas as escolas para que os alunos pudessem ler.

A maioria dos livros são de Eça de Queiroz ou José de Alencar entre outros autores brasileiros do romantismo e modernismo, gosto muito de José de Alencar, são livros do período romântico no brasil, José de Alencar falava sobre a miscigenação brasileira, são romances de índios que se apaixonam por brancos, nem preciso dizer que o livro da Literatura Brasileira que li por conta própria quando estava no primeiro ano do médio foi uma obra de José de Alencar.

Descobri José de Alencar sozinha, eu já sabia que a FUVEST tinha uma lista de livros para serem lidos, e pelo tamanho da lista não dava pra ler só quando chegasse no terceiro ano, então decorei o nome de José de Alencar busquei na biblioteca um livro deste autor e encontrei Luciola, depois soube de muitos , Iracema também me interessou bastante, Vidas Secas também é muito bom, Graciliano Ramos é um repórter que narra de maneira incrível a vida no sertão, são relatos verdadeiros, e foi este livro que li porque a professora de português do terceiro ano do médio pediu, ela fez uma boa escolha. 😊 💗


O ENEM Exclui as Classes Menos Favorecidas da Literatura Brasileira

Não acho que o ENEM exclui as classes menos favorecidas da Literatura Brasileira, já encontrei muitos livros de Literatura Brasileira gratuitos no Google Livros, é certo que o Currículo das Escolas Públicas não é igual o Currículo das Escolas Particulares porque não exige a leitura dos clássicos da literatura, o que é mais cobrado no Exame Nacional do Ensino Médio é a Redação Dissertativa.

No entanto a escola pública atende em outros pontos as necessidades do aluno e futuro profissional, ouvimos muitas pessoas bem sucedidas dizerem que não sabem porque aprenderam certas coisas e hoje não as utilizam, sobre este ponto de vista a escolha por uma área do conhecimento pode auxiliar os jovens em suas escolhas profissionais, deixando de lado alguns conteúdos para dar lugar a outros de maior necessidade, desta maneira a formação e escolha profissional será uma caminhada onde o ponto de partida começa na escolha por uma área do conhecimento.

Ler doze livros talvez seja uma exigência desnecessária, e impossível de ser realizada, eu fiz as contas quando estava no Ensino Médio , se tivermos acesso aos livros da lista da FUVEST uma sala do Ensino Médio primeiro, segundo e terceiro ano poderá ler a cada ano dois livros um por semestre e no final leriamos ao todo 6 livros, ou um a cada bimestre, deixando de lado os outros conteúdos de Língua Portuguesa, leriamos ao ano 4 livros e no final o resultado seria 12 livros, mas é difícil saber qual o livro da lista que muda a cada ano.



Conclusões ENEM e FUVEST

Com o tempo tudo começa a se mostrar mais possível, com a ajuda das novas tecnologias a diferença de classe diminui, alguém que está lendo esta mensagem deve estar pensando que sou maluca, mas este é um fator presente nas pesquisas da ONU relacionada as novas tecnologias e o desenvolvimento da Educação Brasileira, se de um lado as classes menos favorecidas não tem acesso a literatura, perceba que a exigência do Vestibular FUVEST tem sido muito maior, talvez um marco impossível de ser realizado em apenas 3 anos de curso.

O ENEM com a ajuda do PROUNI conseguiu atingir as metas de Formação Superior, se não fossem as pedras no caminho o Vestibular FUVEST e ENEM seria uma escolha apenas relacionada a Universidade onde se deseja estudar, o problema é quando somente um modelo de prova se apresenta como ideal pode ocorrer que este modelo exclua grande parte da população.

É o que acontecia com o Vestibular FUVEST além de ser um exame obrigatório para as Faculdades Públicas também era utilizado como modelo de provas para outros vestibulares, tornando o egresso em uma universidade quase impossível para quem não fazia um cursinho, com o tempo as universidades particulares começaram a fazer vestibulares simplificados e surgiu o ENEM que mesmo sem existir o PROUNI já era um exame único que permitia o egresso na universidade de sua escolha, para mim o ENEM foi muito útil.

Quanto aos 12 (doze) livros que determinei ler até o final do Ensino Médio, ainda não li todos, me apareceram uns outros viraram filmes, José de Alencar sempre me apresenta uma nova obra que me sinto entusiasmada em ler, mas li muitos outros livros que gostei muito!

 Eu descobri que não conheço todos os autores e também não conheço todas as obras de arte e artistas clássicos, admiti que a História da Riqueza do Homem é um livro sem fim porque acabou no mercantilismo e não chegou no capitalismo, Sempre a mais para saber, mas eu já sabia disso, é uma constatação filosófica, Sócrates.